RothKo 76,226,21

RothKo 76,226,21

Thursday, May 22, 2014

Poeira das Estrelas, a poem by Wan Laryukov


POEIRA DAS ESTRELAS
Sou o Ícaro sem asas que quis voar
Na rota de um sonho acordado
De Creta segui o labirinto em linha reta
Com rédeas de luz cavalguei nua o Minotauro 
Desenhei em Andrómeda com giz de cor
Escrevi os poemas com que digo  -amor
Mas apaguei logo tudo
Sentei me numa estrela cadente
Que tinha o teu nome
Acendi uma chama azul fria
E em réstias de ouro me incendiei 
e quem olhou de  perto 
 Queimou se também.
Arderam os corpos em piras de raiva
Num poente que ousei pintar para ti
Banhei me num rio de aguas quietas
E naufraguei tão perto da margem
Musas de luz com dedos de cetim
 Enfeitaram me o cabelo
Com flores de magnólia  
Disseram me as palavras 
Que não irei repetir
E  eu fiquei só --  um contrassenso vivo
Um poeta, um paradoxo gritante
Um murro na mesa da vossa tolerância.
Porque sou a contradição constante 

Com que vos digo de mim



DUST FROM THE STARS

I am wingless Icarus who wanted to fly
In the path of a waking dream 
From Crete I went straight through the labyrinth 
With reins of light, naked, I rode the Minotaur 
I drew in Andromeda with colored crayon
I wrote  poems telling of my love
But soon I erased everything
I sat on a falling star
That had your name
I lit a flame blue and cold
And on beams of light I burned myself
Whilst those nearby also caught afire
And burned themselves
Their bodies burned in pyres of anger
In a sunset that I dared to paint for you
I bathed myself in a river of cold waters
And submerged so close to the bank
Muses of light with fingers of satin
Adorned my hair
With magnolia flowers
They spoke to me in words
That I will not repeat
And I was alone - a living nonsense
A poet, a jarring paradox
A blow in the face  of your tolerance
Because I am the never ending contradiction
While telling you about me 

No comments:

Post a Comment